Ordenamento do Território dos Açores
Caracterização e Identificação das Paisagens dos Açores | Pico

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P5

Designação da unidade:
P5 | Faixa Litoral Cais do Pico/ Piedade
Concelhos:
São Roque do Pico, Lajes do Pico
Principais povoados:
Cais do Pico | São Roque do Pico | São Miguel Arcanjo | Prainha | Santo Amaro | Terra Alta | Ribeirinha
Área aproximada:
48 km2

CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE PAISAGEM

Síntese Relativa ao Carácter da Paisagem

Trata-se da encosta litoral norte da parte oriental da ilha, bastante declivosa, fresca e húmida, que se estende até à zona planáltica central. O litoral é baixo em Cais do Pico/ São Roque e muito alto entre Terra Alta e Ribeirinha. Nas zonas mais baixas encontram-se as áreas agrícolas junto aos povoados, enquanto na encosta dominam algumas pastagens, bem como matas e matos. A relação com o mar é uma constante em toda a unidade, destacando-se do lado de lá do Canal o dorso imponente da ilha de São Jorge; Este é “o trecho mais notável de toda a costa picoense” (Melo, 2000). A arriba fóssil atinge nesta unidade uma imponência que apenas tem paralelo nas arribas situadas em Pontas Negras, na costa sul da ilha.  [+]

Esta unidade contém escoamento de lavas vulcânicas da erupção histórica de 1562/1564, ainda bem visíveis no Mistério da Praínha que, tal como outros mistérios dos Açores, foi também explorado através da produção florestal. Aqui se localiza o Parque Florestal da Prainha (público e de recreio), e destaca-se a existência de duas áreas protegidas de elevado valor para a conservação da natureza que integram o Parque Natural da Ilha do Pico: a Reserva Natural do Mistério da Prainha e a Área de Paisagem Protegida da Cultura da Vinha da Ponta do Mistério, esta última na costa. Para além do referido, e também integradas no Parque Natural da Ilha do Pico, nesta unidade localizam-se duas Áreas Protegidas de Gestão de Habitats ou Espécies: Zona do Morro e Terra Alta.

Destacam-se nesta paisagem numerosos cursos de água que cortam perpendicularmente a unidade antes de chegarem ao mar, curtos, com grande inclinação e carácter torrencial, frequentemente revestidos de vegetação arbórea ou arbustiva. 

O núcleo urbano do Cais do Pico (São Roque), de média dimensão, é relativamente concentrado. Os outros povoados, sempre a baixa altitude e junto à costa (Praínha, Santo Amaro, Terra Alta, Ribeirinha e Adegas), são de menores dimensões, e mais ou menos lineares. A exceção é São Miguel Arcanjo, que se localiza numa zona alta, sobranceira a São Roque do Pico. Na sua envolvente, encontram-se áreas agrícolas com culturas diversificadas em parcelas compartimentadas por muretes de pedra seca e pastagens. 

Elementos Singulares

Esta unidade de paisagem também integra a Paisagem Protegida de Interesse Regional da Cultura da Vinha da Ilha do Pico (ESP1 – Paisagem da Cultura da Vinha), encontrando-se excluída da classificação como Património da Humanidade, na categoria de património cultural, da UNESCO. A área abrangida por esta unidade de paisagem corresponde a uma bolsa de vinhedos situada na zona da Ponta do Mistérios, sensivelmente a meia distância entre São Roque do Pico e Prainha.

Pontos Panorâmicos

Miradouro da Terra Alta (PPP 5.1), com panorâmica deslumbrante sobre a alta arriba, densamente revestida de vegetação, com o Canal e São Jorge em frente.  [+]

Miradouro da Praínha (PPP 5.2), com panorâmica sobre a zona agrícola e povoados junto ao mar e sobre toda a costa até São Roque e Santo António. 

Miradouro de São Miguel Arcanjo (PPP 5.3), de onde se pode observar todo o litoral de São Roque e a ilha de São Jorge em frente, com destaque para Velas.

Apreciação e Orientações para a Gestão da Paisagem

A impressão dominante nesta unidade é de harmonia num quadro de grande diversidade paisagística, através de uma arriba de ligação entre o litoral e a zona planáltica central. Quanto às sensações provocadas, são de referir como mais relevantes a harmonia, a calma, a frescura e a amplitude de vistas.  [+]

Com a menor dependência da localização dos povoados relativamente à disponibilidade de terrenos agrícolas “ao alcance da mão”, deverá promover-se uma maior concentração do povoamento, com todas as vantagens e economia de equipamento e serviços que daí advêm. Fará ainda todo o sentido procurar aproveitar antigas estruturas produtivas, adaptando-as às novas tecnologias e exigências de mercado, sem esquecer a conservação das escassas manchas de solos férteis e do valioso património natural ainda presente. Deverá, também, considerar-se a natural aptidão desta costa, mais fresca e húmida, para a produção de forragem e madeiras.