Ordenamento do Território dos Açores
Caracterização e Identificação das Paisagens dos Açores | São Jorge

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SJ10

Designação da unidade:
SJ10 | Serra do Topo
Concelhos:
Calheta
Principais povoados:
-
Área aproximada:
4 km2

CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE PAISAGEM

Síntese Relativa ao Carácter da Paisagem

Trata-se de uma unidade relativamente pequena, localizada entre os 700 e os 900 metros de altitude, numa das zonas mais altas da cordilheira central. Predominantemente revestida por matos constituídos por espécies da vegetação autóctone, não inclui qualquer aglomerado populacional e não apresenta aptidão para a produção agrícola devido à elevada altitude, aos ventos intensos, ao frio, à humidade e às fortes chuvas. Aqui se encontram alguns núcleos de vegetação Laurissilva em condições de estabilidade ecológica, mas também bosques endémicos de cedro-do-mato [Juniperus brevifolia], turfeiras altas ativas e turfeiras arborizadas, sendo que todos estes habitats são prioritários para a conservação da natureza no âmbito da Rede Natura 2000. [+]

Esta unidade estabelece uma certa continuidade com a paisagem envolvente a nordeste, onde se encontram as altas Arribas e Fajãs da Costa Norte [SJ8] e a sudoeste, onde se localizam as Pastagens do Topo [SJ7].

Pontos Panorâmicos

Sem miradouros expressamente construídos para o efeito, tem contudo algumas das maiores altitudes de São Jorge, de onde se podem observar boas panorâmicas não só desta ilha como, também, para outras ilhas [Pico, Terceira, Graciosa], em dias com boa visibilidade [PPSJ 10.1].

Apreciação e Orientações para a Gestão da Paisagem

Apesar de sujeita às consequências das chuvas intensas que ali ocorrem, esta unidade tem a maioria da sua área bem revestida de vegetação e, por ser moderadamente declivosa, apresenta-se estável e equilibrada, sem graves ameaças de erosão. É de evitar o aumento das áreas de pastagem, de modo a que aqui se conservem importantes ecossistemas que são já raros nesta ilha e que contribuem para a estabilidade ecológica das zonas localizadas em menor altitude. As turfeiras funcionam como “esponjas” que absorvem a água e a libertam gradualmente, pelo que o seu desaparecimento acarreta perigos para as zonas de fajã em ambas as costas, uma vez que deixam de esbater os picos de escoamento superficial e, portanto, de reduzir os fenómenos erosivos.