Ordenamento do Território dos Açores
Caracterização e Identificação das Paisagens dos Açores | Faial

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F5

Designação da unidade:
F5 | Vertente Oriental da Caldeira
Concelhos:
Horta
Principais povoados:
-
Área aproximada:
20 km2

CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE PAISAGEM

Síntese Relativa ao Carácter da Paisagem

Trata-se de uma encosta alta, declivosa, virada a nascente, com vistas abertas e desafogadas, quer com as unidades da Praia do Almoxarife / Pedro Miguel [F6] e Vale de Flamengos [F8] como, principalmente, com o Canal e com a ilha do Pico, bem à sua frente. A parte superior da unidade prolonga-se até à Caldeira [F4], que só se descobre quando se atinge o seu bordo. [+]

É uma unidade de relevo muito acidentado, atravessada por uma escarpa interior com cerca de 50 metros de altura, com zonas aplanadas a nordeste e áreas muito declivosas na parte superior da encosta.

A norte, junto à Caldeira, dominam os povoamentos de criptoméria e de folhosas, algumas pastagens compartimentadas e matos diversificados. A sul, encontra-se uma área considerável de pastagem compartimentada predominantemente com sebes de hortênsias ou mistas, algumas com vegetação endémica.

Pontos Panorâmicos

Embora existam vários pontos ao longo da estrada regional de acesso à Caldeira, de onde se podem usufruir magníficas panorâmicas sobre as zonas inferiores da ilha, sobre o Canal e o Pico, é contudo do Cabeço Gordo [PPF 5.1] que se observam as melhores e mais amplas vistas, sobretudo para leste, condicionado porém à ausência de nuvens e nevoeiros, tão frequentes àquela altitude.

Apreciação e Orientações para a Gestão da Paisagem

É uma paisagem de relevo declivoso, fruto da atividade vulcânica do maciço da Caldeira, apresentando significativos riscos de erosão. Comparativamente com as outras unidades de paisagem da ilha, esta tem precipitações e humidade do ar mais elevadas, ventos mais fortes e temperaturas mais baixas. É atravessada por várias linhas de água de regime torrencial, às vezes transformadas pela erosão em profundos barrancos que puseram a descoberto o substrato lávico. [+]

A utilização desta unidade respeita, no geral, a necessidade de manter o solo com coberto vegetal e de controlar a drenagem das águas pluviais. Assim, em termos de gestão futura, deverá zelar-se pela manutenção do coberto vegetal, pela conservação dos núcleos de vegetação natural remanescentes ou mesmo promover a sua expansão em zonas de maior declive. Será também importante conservar e valorizar os povoamentos florestais existentes [diversificando as espécies presentes], bem como conservar a vegetação ao longo das linhas de água.